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Foto do escritorSorin Markov

AMARGA RESIGNAÇÃO

Uma análise da relação sistema/vida


Imagem de billy cedeno por Pixabay


O sistema é péssimo! Falha em tudo! Economicamente injusto e um suicídio espiritual. O sistema é bom para quem? Se está tudo errado, por que nada é feito para melhorar? Simplesmente porque quem tem o poder de mudar não tem interesse em mudanças. Afinal, o sistema é bom para quem?


Ao chegar em casa, cansado e com frio, e entrar no banho, com água quentinha para poder se lavar, esquentar e relaxar, chegas a refletir na preciosidade que tens? Água encanada, gás ou energia elétrica, sabonete, xampu e condicionador. Ao sentar-se à mesa, um pão francês com margarina e uma fatia de queijo, uma caneca de café, dá-se conta da preciosidade que tens? Ao deitar-se para dormir, em um confortável colchão, cabeça repousada sobre um travesseiro, corpo debaixo das cobertas, bem quentinho, percebes a preciosidade que tens? Paradoxalmente, são coisas tão simples e simultaneamente extremamente valiosas.

Tudo o que tens que fazer é abrir a torneira. Água limpa, tratada e aquecida jorra sobre o seu corpo cansado e com frio. Você nem faz ideia do tamanho do processo para tornar isso possível. Uma estrutura gigantesca de encanamentos, estações de coleta, tratamento e distribuição. O trabalho de quantas pessoas foi empregado, desde os pedreiros que construíram as estações, cavaram as valas de tubulações, até os bioquímicos responsáveis pelos protocolos de purificação da água. Você não sabe como se faz um tijolo, um cano de pvc ou uma manilha. E mesmo assim, a única coisa que te separas de um relaxante banho quente é o abrir de uma torneira. Quanta facilidade! Quanta mordomia! Começas a perceber a mamata que é a sua vida? Equivoca-te ao expirar com desdém enquanto pensas que não é nada demais, que todos têm chuveiros em suas casas. Muitas pessoas, mundo afora, não possuem chuveiro. Muitas não possuem água encanada. Muitas sequer sabem o que é água encanada, ou chuveiro, ou energia elétrica. Muitas nem casas têm. E sim, você paga seu boleto da companhia de água, chegaremos lá.


Ao sair do banho, estendes uma toalha sobre a mesa. Colocas pratos, canecas e talheres. Abres a geladeira e retiras leite, margarina, queijo, algum tipo de embutido e um ou outro doce. Novamente, você mal sabe dizer de que material é feito o seu talher, ou como se fazem as porcelanas. Achando que calaria este medíocre redator, estufas o peito para dizer que colocara a mão na massa e fizera o pão, que sabes de cor a quantidade de cada ingrediente, e poderia fazê-lo de olhos fechados. Tolo. Usas um pacote de farinha de trigo que desconheces a origem. Mal saberia diferenciar uma plantação de trigo de uma de aveia. E, caso saiba, o intervalo entre estar de pé à beira do trigal e abrir o pacote de farinha lhe é completamente ignorado. Achas que basta ordenhar uma vaca e colocar o leite dentro de uma caixinha. Desconhece o árduo e longo processo para se conseguir um litro de leite pasteurizado. Pois é, margarina não dá em árvore. Mesmo assim, todos os dias sentas para o café. Momento sagrado no qual alimenta-se com certo orgulho enquanto a leseira vai batendo forte. Por um breve momento és grato pelo que tens. Porém, por ser tão simples e corriqueiro, esqueces da quantidade de pessoas que sequer isso têm para comer. Gente mal nutrida, outras definhando, muitas literalmente morrendo, de fome.


Após uns instantes de lazer, no qual curtes a família e podes fazer o que quiser para ser feliz, deita-se para dormir. Há uma certa angústia por ter que deixá-la novamente pouco depois de acordar para só revê-la no final do dia. Não há novidade alguma, a rotina é a mesma toda noite. O que muda é a quantidade de cobertores, a depender do frio. Frio que dobra de intensidade ao relento, triplica ao deitar-se sobre nudo solo, quadruplica se não tens cobertores, quintuplica de estômago vazio. Sim, realidade de muita gente. Se você tem dificuldade de enxergar o mundo fora da sua bolha, saiba que, segundo dados do Governo Federal, Curitiba tem 84 mil pessoas em condições de extrema pobreza. EXTREMA pobreza! Uma cidade admirada e respeitada, considerada modelo para o Brasil e para o mundo. Especialistas alertam que esse número é subnotificado, pois foi obtido através de um único critério, renda, sendo que a miséria tem aspectos multidimensionais, como habitação, saúde, etc. Mas atenhamo-nos a esse número: 84.000. São dados de apenas UMA cidade, que é uma das mais ricas do país. Agora imagine, caro leitor, cidades mais pobres, países mais pobres, no mundo inteiro. Há um número estarrecedor, incalculável de pessoas em situação de extrema pobreza. Adicione à equação outros fatores desumanos, como guerras e refugiados. Pessoas que morrem todos os dias tentando fugir de tanta desgraça. Lançam-se ao mar amarrados a garrafas pet para tentar chegar ao outro lado.

A bolha em que vivemos nos parece agora muito boa. E de fato é, comparada à realidade da maioria das pessoas. Porém, analisando por outro ângulo, é na verdade muito ruim. Preparamo-nos até os vinte e poucos anos de idade para trabalharmos até os sessenta e poucos, trocando tempo de vida pelo direito de vivê-la com o mínimo de dignidade. Deixamos nossas famílias 5, 6, 7 dias por semana para jornadas de 8, 10, 12 horas, a depender do emprego de cada um, para nos lançar às obrigações, conviver com pessoas que desprezamos, executar tarefas que não gostamos. E tudo isso pra quê? Para podermos pagar os boletos de água, luz, gás, entre outros. Para termos aquela água quentinha todos dias, aquela mesa posta com víveres diários, e aquela cama confortável para dormir. Ora, mas que péssimo negócio! Isso é o mínimo que uma pessoa deveria ter. Um lugar para morar, água, luz e comida. E para usufruirmos disso temos que sacrificar 80% de nossas vidas? Sobra-nos pouco tempo para empenhá-lo ao que realmente importa. E, como disse Renato Russo, tempo é tudo que somos. A agradável companhia de nossos familiares, amigos, pessoas que amamos, nos é cada vez mais rara. E são pessoas que em breve não estarão mais aqui. Nós, em breve, não estaremos mais aqui. E quanto tempo temos de fato para dedicar a nós mesmos? Meditações, reflexões, crescimento espiritual. Ler um livro, assistir a um filme, ouvir um álbum, estudar outra língua, praticar artesanato, pintar, cuidar do jardim e da horta, aprender e tocar instrumentos musicais, escrever um livro ou um artigo, praticar algum esporte ou qualquer hobby que lhe traga felicidade. Quanto de fato fazemos para ser feliz, aproveitar o pouco e abençoado tempo que nos foi concedido neste maravilhoso planeta?


O sistema não é feito para você. E é inútil lutar contra ele, ao menos sozinho, pois até o “pacote básico” da vida custa dinheiro. E é um processo sem fim. A cada meros 30 dias sobrevividos, a conta chega novamente, cobrando-lhe o direito de existir no mundo em que nasceste. Mas por que então, diabos, as pessoas aceitam esse sistema que lhes suga a maior parte da vida? Conformam-se devido ao paradoxo antes mencionado. O que temos é muito simples, mas extremamente valioso. Há muita gente vivendo pior, e devemos ser gratos pelo que temos. São quase 15 milhões de desempregados, apenas no Brasil, então devemos aceitar, conformar-nos, e ficar felizes pelo emprego que temos. É assim que eles mantém o povo “na linha”. Não quer levantar de madrugada, pegar quatro ônibus/dia, trabalhar 44 horas semanais por um salário de R$ 1.200? Tem quem queira! Na verdade, tem tanta gente precisando, que a fila pela sua vaga daria a volta na quadra. Nada disso é romântico, como eles tentam te vender. É triste. É errado! Mas quem são eles? O sistema é bom pra quem?


A resposta para o problema de uma espécie que já pisou na Lua e ainda assim perde indivíduos por inanição todos os dias é: Bilionários! Multimilionários! O sistema é bom para eles. Não precisam cumprir horário ou perder horas, dias, anos trabalhando. Podem dedicar a integralidade de seu tempo às suas famílias. Viajam quando querem, para onde querem, pelo tempo que desejarem. Almoçam e jantam onde bem entendem, independentemente de preço. Desfrutam de qualquer evento esportivo ou cultural em qualquer lugar do mundo. Enfim, podem aproveitar todo o seu tempo de vida com as coisas que realmente importam, dedicando-se exclusivamente em ser feliz. Caso o cidadão médio global devotasse 50% de sua vida para sobreviver e 50% para ser feliz, já não seria um bom cenário, e a realidade é muito distante disso. É claro que não há precisão matemática, é uma mera estimativa, mas a relação do cidadão médio deve ser em torno de 90-10. Isso é uma injustiça do tamanho da ganância e do egoísmo humano, ou seja, gigante. O problema não é a boa vida que levam, poderiam viver extremamente bem, mas sem causar a miséria alheia. O excedente de recursos desnecessariamente estocados por eles falta do outro lado do gráfico. E não faltam ferraris ou whiskys doze anos, faltam comida e água potável.


Segundo o relatório da Riqueza Global, publicado pelo banco Credit Suisse, 1% da população brasileira concentra 50% da riqueza. Sim, METADE de toda a riqueza do país está nas mãos de apenas 1% das pessoas. Tentemos olhar por outro ângulo, caso não tenha ficado claro. Juntando a riqueza de 99% dos brasileiros, temos apenas metade da riqueza do país. Evidentemente, esperar que 1% das pessoas concentrem 1% da riqueza é pura utopia, mas 50% é crueldade. Se o seu sonho é entrar para este seleto grupo em vez de balancear essa nefasta equação, você é um canalha. Sim, veja o tamanho do egoísmo. Seu desejo é que milhares de pessoas tenham essa vida miserável para sustentar a sua vida paradisíaca. Não quer melhorar um pouco a vida de milhões de pessoas, quer melhor muito apenas a própria vida. Ora, uma das definições possíveis de canalha.

O sistema não irá se balancear sozinho. Pelo contrário, potencializa cada vez mais a desigualdade. Até que ponto? O sistema não é sustentável a longo prazo. O futuro nos reserva uma revolução ou a institucionalidade do neoescravagismo. Lucrar cada vez mais, crescer, expandir, aumentar a produção, o consumo, são regras desse insano sistema. Esquecem que vivemos num planeta finito com recursos finitos, portanto, o crescimento infinito é impossível. É apenas uma questão de tempo até o sistema colapsar, e esse barril de pólvora explodir. Mas o canalha sabe que não será afetado, pois essa saturação se dará muito após ter partido deste mundo. Não se importa com o problema das pessoas do futuro, já que o sofrimento de seus próprios contemporâneos lhe é fútil.


O sistema não vai dar errado, já deu errado. Cada pessoa que morre de fome é uma derrota. Cada ser humano que morre por não ter água para beber é uma derrota. Cada homem ou mulher que dorme na rua, passando frio. Cada criança que morre por doenças preveníveis, tratáveis e curáveis. Cada família que morre afogada tentando uma travessia quase impossível para um mundo melhor. A nossa sociedade está doente. Preferimos queimar o excesso de colheita para o preço não cair. Despejamos leite na rua. Construímos muros para barrar as pessoas no meio do deserto. Esperamos os sobreviventes do outro lado do mar para os deportar de volta para o inferno. O sistema tem adoecido cada vez mais as pessoas. Dados da OPAS afirmam que quase um milhão de pessoas cometem suicídio todos os anos. E o número de tentativas é muito maior. É a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Quase 80% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda. Segundo o IBGE, mais de 10% dos brasileiros com mais de 18 anos de idade sofrem de depressão. E essa doença é pouco diagnosticada devido ao preconceito. A subnotificação deve ser muito grande. No fundo, a maioria das pessoas são tristes, infelizes. Nos últimos 15 anos, a obesidade cresceu 72% no Brasil. Muitos pensam que as pessoas são tristes por serem gordas, mas é exatamente o contrário. As pessoas estão engordando por serem tristes. Um estilo de vida que não lhes traz felicidade, mas é melhor do que a alternativa, morar na rua, então buscam consolo no paladar. Afogam suas mágoas nas gorduras dos mais diversos produtos superprocessados, venenos de longo prazo.


É nesta parte que entra o liberal, geralmente um cidadão de classe média, que está um nível acima da classe baixa e dez níveis abaixo da classe alta, mas se identifica mais com o grupo de cima do que com o de baixo. Ele dirá, com os olhos brilhando, que no Brasil as pessoas têm liberdade, e ninguém está preso a seu emprego ou ao sistema. Uma grande falácia! Com o nível de escolaridade e cultura vigentes no país, a esmagadora maioria das pessoas não possuem, de fato, escolha. Jamais conseguirão algo melhor. Seria extremamente irresponsável abandonar suas vidas em detrimento de um projeto ilusório com pouquíssima chance de sucesso. Mães e pais de família, com pouca instrução, que levam o dinheirinho suado para manter a casa e nada mais, sabem que não podem se dar ao luxo de embarcar em contos de fadas.


Entra agora a soma de duas personalidades citadas anteriormente, o liberal canalha. Ele abrirá a mão e contará, apontando para a ponta dos dedos, cinco histórias de superação e sucesso dignas de filmes de Hollywood. Garantirá que bastam visão, foco e força de vontade. Que tudo depende exclusivamente do seu suor e determinação. Que só não ascende de classe social quem não quer, geralmente por preguiça e vadiagem. Que quem acredita sempre alcança. Esse é basicamente o lema do liberal canalha. Nada dirá sobre os milhares de casos que terminaram em falência, desemprego, fome, suicídio, tragédia.


O liberalismo é a interferência mínima do Estado. Acontece que o sistema de interferência mínima não funciona em lugar nenhum, quem dirá em um país com mais de 200 milhões de habitantes. Faça um exercício mental em qualquer cenário possível e veja-o fracassar. Uma colônia de férias com 30 adolescentes. Há monitores nos brinquedos/atrações por que motivo? Para impedir que uns monopolizem e escanteiem os demais. É, com certeza, o que aconteceria. Alguns comeriam mais, outros menos, de uma porção limitada. Uns tomariam vários sorvetes ao dia, impedindo outros de tomarem um sequer. Não demoraria muito para termos indivíduos marginalizados, comendo o mínimo, sem direito a diversão. Em noites de frio, os mais fortes tomariam os cobertores dos mais fracos, para dormirem com dois, enquanto estes ficariam apenas com o lençol para se cobrirem. Comparando dessa maneira, parece tosco e exagerado, mas não precisa muito esforço para perceber que o mesmo acontece na vida real. Uns engolem os outros, ficando cada vez maiores. O liberalismo é a lei do mais forte.


No mundo liberal, o constante aumento da desigualdade social é inevitável. Até que ponto ela deve ser tolerada? Um por cento das pessoas já detém 50% da riqueza, e esse absurdo só tende a aumentar. Apoiar o liberalismo é, portanto, compactuar com esse abjeto cenário. É querer que os privilegiados e afortunados tenham uma vida cada vez melhor, sem se importar com a vida de outras milhões de pessoas. Nesse sentido, o liberalismo é análogo ao separatismo. Movimentos como “O sul é meu país” consideram as populações de seus estados superiores às demais. Enxergam as pessoas dos estados mais pobres como lixo, um peso morto que os impede de ter ainda mais dinheiro, carros melhores, e uma condição de vida ainda mais luxuosa. Querem, portanto, verem-se livres deles. Sabem que isso faria com que a vida dessas pessoas piore ainda mais, mas simplesmente não se importam.


É da mesma maneira que o liberal pensa e olha para o povo da base da pirâmide. Os donos de superfranquias estão contentes com o sistema, pois precisam de mão de obra barata. Empresários que fabricam os superprocessados, também não querem mudanças. Se as pessoas fossem mais felizes e tivessem mais tempo e energia, chegariam em casa dispostas a praticar atividade física e a se alimentar de maneira saudável. Para eles, é interessante que o povo volte para casa cansado, triste, com uma grande carga negativa. Assim, jogam-se no sofá para ver televisão devorando um pacote de salgadinho e uma garrafa de refrigerante. Quem produz os fármacos, como antidepressivos, está muito satisfeito com o sistema. Quanto mais gente triste, mais gente doente. E quanto mais gente doente, mais dinheiro.

São esses canalhas que financiam campanhas de candidatos de direita com discurso liberal. O sistema é bom para eles. A perpetuação da ignorância da população e sua correlata miséria é um projeto, até agora bem-sucedido. É muito difícil reverter essa situação, pois quem manda no mundo é o dinheiro, e quem tem o dinheiro, ou seja, o poder, são eles. Ainda assim, todos podem fazer alguma coisa para um mundo melhor, incluindo o cidadão comum, mesmo sendo com atitudes minúsculas, se comparado ao todo. Pra começar, não votar nas figuras supracitadas já é muito importante. Candidatos apoiados por homens como o “véio da Havan” ou o dono do banco Safra, por exemplo, jamais trabalharão pelo povo. Não estou aqui defendendo este ou aquele partido. O PT, por exemplo, após incansável labuta com pautas pró-povo, chegou ao poder, e, em 14 anos de governo, não fez a necessária revolução na educação de base, nem a taxação de grandes fortunas. Outra atitude ao alcance de todos é ter embalagens de marmita e colheres de plástico em casa. São superbaratas. Quando sobra um tanto de comida, ainda boa, mas que por questões de logística vai ser jogada fora, pode-se guardar na marmita. Às vezes alguém toca a campainha pedindo comida. Outras vezes deparamo-nos com pedintes nos semáforos. Caso não apareça ninguém, aí sim vai pro lixo. O que muda é ter dado a chance de dar almoço a alguém faminto. Há uma terceira atitude simples que o cidadão comum pode fazer. Em vez de doar 10% do salário para as poderosas e ostensivas igrejas, lideradas por estelionatários e picaretas, pode separar essa quantia todo mês para fazer o bem à sua volta. Comprar artesanato indígena, apoiar o comércio local, contribuir com a caixinha dos artistas de rua, entre inúmeras intervenções muito mais importantes e significativas para a vida das pessoas do que ajudar o pastor a comprar um jatinho particular ou um iate.


Quanto ao governo, há ainda outras medidas possíveis para um mundo melhor, além de algumas previamente citadas. O sucesso de um país deveria ser, em vez de poderio econômico, a qualidade de vida e a felicidade de sua população. Afinal, não é isso que importa? Ter um povo feliz e contente? Uma grande ajuda, nesse sentido, seria a adoção de jornada semanal de quatro dias. Trabalhar em quatro, aproveitar a vida nos outros três. Seria um aprimoramento enorme para o bem-estar das pessoas. Para a manutenção da rotina das instituições, como horário de funcionamento, mais pessoas seriam contratadas, reduzindo consideravelmente o desemprego. Incentivo fiscal para possibilitar a implantação do novo sistema na iniciativa privada. Taxação de grandes fortunas como meio de financiar o projeto. Evidentemente não é fácil nem simples assim, mas um colegiado de especialistas poderiam iniciar estudos para analisar a viabilidade da ideia. Um país rico com uma população pobre não serve para nada. Uma oligarquia feliz e o esmagador restante da população triste e adoecido é um cenário medieval e extremamente injusto.

“Ninguém deveria ser rico o suficiente para comprar alguém, e ninguém deveria ser tão pobre a ponto de ser forçado a vender-se.” Jean-Jacques Rousseau


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