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Foto do escritorTião Maniqueu

AS FORÇAS ARMADAS DÃO SINAL DE ALTIVEZ

Os militares estão dizendo a Bolsonaro que as forças armadas não têm dono.





Num dia em que seis ministros caíram, os militares passam um recado para Bolsonaro: o exército não é seu! As forças armadas não lhe pertencem! Ontem à tarde o Ministro da Defesa, General Fernando Azevedo e Silva entregou o cargo. Na mensagem que deixou ao se desligar do cargo, destaca-se uma frase importante: Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.


Está ali, preto no branco, para quem quiser ler: Forças Armadas são instituições de Estado, Presidente. Não são instituições de governo. Portanto, não pertencem a este governo, mas ao Brasil. Daí decorre, Bolsonaro, que o exército não é seu, como você tantas vezes se arroga. As forças armadas não cumprirão todos os seus desejos e caprichos, leia-se sua desmedida ambição autoritária.


É sempre bom quando os militares firmam posição democrática. Num governo de radicais, de zumbis totalitários, de supremacistas brancos, a nação suspira aliviada quando vê nas forças armadas equilíbrio e bom senso. Já sentíamos a mesma altiva firmeza no comandante do exército, General Edson Leal Pujol, que em diversas ocasiões pontuou sua independência frente a condução errática que Bolsonaro oferece ao país.


Aliás, jornalistas bem informados atestam que o Ministro da Defesa caiu justamente por não aceitar trocar o comandante do exército, General Pujol. Aparentemente, Bolsonaro gostaria de ter no comando do exército um Pazuello da vida, um militar que não honra a farda e que coloque suas tropas à disposição da insanidade presidencial. Esperamos, sinceramente, que isso jamais ocorra.


A ciranda nos ministérios envolveu ainda a Casa Civil, o Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça, Secretaria de Governo e Advocacia Geral da União. A Casa Civil, o Ministério da Justiça e a Secretaria de Governo apontam apenas acertos internos. Ernesto Araújo saiu por pressão do Congresso Nacional e do empresariado - sai estigmatizado como o pior Ministro das Relações Exteriores da história do Brasil; José Levi caiu por não concordar com a absurda e desastrada ação movida pelo Presidente contra as medidas restritivas adotadas pelos governos do Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal. Ele sequer assinou a malfadada petição...


Claro, Bolsonaro segue tecendo a estrutura que lhe permita o arroubo autoritário que certamente lançará em 2022 se for derrotado nas urnas. Os generais da reserva, Braga Neto e Luiz Eduardo Ramos, parecem dispostos a fazer o papel de escudeiros do Presidente nesta lamentável empreitada. E isso preocupa. Mas quando vemos sinais de altivez e resistência da parte das mais altas patentes das Forças Armadas, especialmente da ativa, nós, democratas, ainda temos esperança no futuro.


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