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Foto do escritorTião Maniqueu

AS INSTITUIÇÕES REAGEM

Finalmente!




Afinal uma reação firme e coordenada das instituições públicas aos desmandos do Presidente da República. Basta de notas de desagravo. Chega de pronunciamentos expressando indignação. Tudo isso mostrou-se inútil para barrar a sanha autoritária de Bolsonaro. É preciso prensá-lo contra o muro da lei. Fazê-lo responder por seus desatinos e seus crimes.


No dia de ontem, tivemos várias manifestações firmes do Poder Judiciário em defesa da democracia brasileira. Uma nota de todos os ex-Presidentes do TSE e da direção atual, afirmando definitivamente a segurança e eficiência do sistema eleitoral brasileiro. Depois, na abertura dos trabalhos do semestre, tanto o Presidente do Supremo Tribunal Federal - Luiz Fux, quanto o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral - Luis Roberto Barroso, pronunciaram-se duramente contra o Presidente da República.


Fux pontuou que a harmonia entre os Poderes da República não implica em impunidade contra maus feitos. Convenhamos: Bolsonaro tem muitos maus feitos, das fake news ao atentado contra as instituições públicas, passando pela calúnia e difamação de autoridades e pela omissão genocida que vitimou milhares de brasileiros. Barroso fez mais: em pronunciamento severo e determinado afastou uma por uma todas as mentiras que Bolsonaro assacou contra o sistema eleitoral brasileiro. Deu um passo além, contudo, o passo necessário. Com votação de todos os membros, abriu inquérito administrativo para investigar as investidas de Jair Bolsonaro contra as eleições e ainda pediu sua inserção no inquérito das fake news, que corre no STF.


As autoridades estão percebendo - não sem atraso - que a intenção de Bolsonaro é tão somente tumultuar, subverter, impor a desordem para prevalecer pela força com suas hordas armadas. Bolsonaro já entendeu que nas urnas levará uma surra. Aquele desvairado fenômeno eleitoral de 2018 não se repetirá. Pudera! Nunca se viu governo tão incompetente, corrupto, truculento, omisso e genocida. A administração pública federal está à deriva. Basta analisar a situação de todos ministérios, do Ibama, da Cinemateca Brasileira, dos Correios e de tantas outras empresas públicas. Ciente de que perderá nas urnas, há muito Bolsonaro está urdindo a teia do golpe, movimento do qual espera emergir como primeiro de uma longa ditadura.


Bolsonaro sabe que, se perder o poder, irá para a cadeia. Está ciente de que somente Augusto Aras e Arthur Lyra impedem sua imediata responsabilização, por processo-crime ou pelo impeachment. E está apostando todas suas fichas na desinformação e na força de suas milícias ( milícias de descerebrados armados que o seguem e… bem, das milícias mesmo ). Finalmente as autoridades acordam e reagem. Talvez não seja tarde para impedir a catástrofe que se anuncia no horizonte; talvez não seja tarde para erguer no seio das forças armadas a palavra firme dos que são democratas; talvez não seja tarde demais para afirmar nossas instituições republicanas e salvar nossa frágil democracia.


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