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Foto do escritorSorin Markov

BICICLETAS X URBANISMO

Por mais ciclistas e menos bicicleteiros.

Imagem de Engin Akyurt por Pixabay


Distanciamento social, economia, praticidade, saúde, meio ambiente, sustentabilidade, etc. São muitos os motivos para a adesão às bicicletas por parte da população. A procura por elas tem de fato aumentado nos últimos anos, e vemos cada vez mais pessoas pedalando para o serviço, a caminho das aulas, ou simplesmente por prazer. Quem pedala é mais feliz, pelo estímulo da serotonina, economiza dinheiro com transporte, contribui para desacelerar o efeito estufa, uma vez que não queima combustíveis fósseis para se locomover, estimula as funções vitais, sendo assim mais saudável, desafoga o trânsito pesado das grandes cidades, e é um a menos para se aglomerar nos coletivos.


Com tantos pontos positivos, não raro vemos incentivos às bicicletas por parte de diversos setores públicos e privados. Campanhas pró-bike pipocam em todo o país, e isso é muito positivo. Por outro lado, nunca se vê uma campanha de orientação para os ciclistas. Isso gera um grande problema. A bicicleta é um veículo de propulsão humana e deve respeitar o código de trânsito brasileiro como qualquer outro veículo. Com cada vez mais bicicletas circulando, e uma malha cicloviária paupérrima em praticamente todas as cidades brasileiras, pra não dizer em todas, mais frequentes são os acidentes envolvendo ciclistas. Não estou aqui querendo culpar as vítimas, mas o fato é que ninguém sabe ao certo qual percentual desses acidentes são causados por veículos automotores, ciclistas ou pedestres. A conscientização dos motoristas não deve cessar, jamais, mas a conscientização dos ciclistas é completamente inexistente. Quem já viu alguma campanha focada a ensinar o ciclista a se portar em vias públicas que me atire a primeira pedra, eu nunca vi. O ciclista deve transitar de acordo com o fluxo, nunca na contramão. Respeitar os semáforos. Deve transitar pelo lado direito da faixa de rolamento, próximo ao meio-fio. Deve manter-se em linha reta, sem ziguezaguear a cada pedalada. O ciclista não pode transitar nas calçadas, colocando em risco a integridade dos pedestres. Enfim, há muito o que se fazer para a conscientização do ciclista, pois o que mais se vê por aí são maus exemplos. Poucos são aqueles que conhecem a legislação e a cartilha de como transitar, respeitando os demais, e diminuindo seus próprios riscos.

Uma bicicleta pode chegar facilmente a 60 km/h, a depender das condições da via, sendo assim uma arma em potencial. Mesmo assim, não há nada que impeça qualquer pessoa de comprar uma e sair pedalando por aí. O comprador pode ter qualquer idade, condição psicológica, visual, motora, etc. Em pleno calçadão da XV, em Curitiba, bicicletas passam a toda velocidade, “costurando” pedestres, contando com a conivência da Guarda Municipal e, portanto, do poder público. O que acontece hoje, na prática, é que o ciclista virou uma entidade intocável, acima do bem e do mal, acima dos pedestres, dos idosos e das crianças. Reitero que sou a favor das bicicletas, mas algo tem que ser feito para termos ciclistas mais conscientes e responsáveis, que colham os benefícios sem causar problemas aos demais.

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