top of page
Foto do escritorTião Maniqueu

COMPROMISSO COM A MORTE

As principais iniciativas de Jair Bolsonaro parecem endossar um compromisso terrível.



Imagem de Free-Photos por Pixabay



O jornalista Arthur Dapieve disse ontem na Globonews que o Presidente Jair Bolsonaro tem um compromisso com a morte. Não foi preciso raciocinar muito para concluir que ele está absolutamente certo. De fato, se a morte fosse uma entidade interessada em colocar alguém de sua confiança no Palácio do Planalto, dificilmente faria escolha melhor.


Basta recordar: Bolsonaro liberou o acesso a armas pesadas e muita munição sem maiores restrições, indo contra, até mesmo, as recomendações dos militares. Recentemente revogou Portarias do Exército que estabeleciam regras para o rastreamento e identificação de armas de fogo no Brasil. São medidas difíceis de justificar, a menos que você raciocine sob a ótica das milícias e, por consequência, da morte.


A atuação na área do meio ambiente é, sem dúvidas, a mais desastrosa que o Brasil já conheceu. Seu Ministro do Meio Ambiente é um agente eficiente de destruição do verde e agressão à ecologia. Venenos são liberados, incêndios proliferam no Pantanal e na Amazônia, áreas de preservação perdem sua proteção, indígenas são desrespeitados. Novamente, a morte sorri satisfeita.


Quando, saudosista, Bolsonaro menciona a ditadura, afirma ser a favor da tortura e, pasmem, que a repressão matou muito pouco. Seus péssimos exemplos de intolerância são responsáveis pelo aumento da violência contra a mulher e contra as minorias.


No trânsito, esforça-se por diminuir regras que aumentam a segurança, buscando aprovar legislação mais leniente. Chegou ao ponto de propor o fim da obrigatoriedade das cadeirinhas, o que colocaria em risco crianças por todo país. Como justificar proposta como esta, exceto se analisarmos sob o soturno ponto de vista da própria morte?


Finalmente, em toda pandemia, Bolsonaro atuou como garoto propaganda do coronavírus: afastou os Ministros da Saúde decididos a lidar profissionalmente com a pandemia; não falou em rede nacional sequer uma vez para tratar a questão; minimizou o problema diversas vezes; causou aglomerações; ofereceu constantes maus exemplos de como usar a máscara de maneira errada ou de sequer usá-la.


Ontem, o arauto da morte fez mais um movimento. Desautorizou seu Ministro da Saúde - mais uma vez! - no que toca à aquisição de vacinas chinesas para imunizar a população brasileira. Obviamente o Ministro imaginava comprar tais vacinas somente após sua plena aprovação pela Anvisa. Ainda assim, Bolsonaro usou a Anvisa como desculpa, para ocultar sua real motivação. Não dar créditos à iniciativa do Governador de São Paulo, João Doria, simplesmente porque acredita que ele seja rival na corrida presidencial que somente se dará em 2022.


Jair Bolsonaro deve emplacar como funcionário padrão todo mês na Companhia da Morte. A foice deve estar encostada, desnecessária ante tantas iniciativas desvastadoras do Presidente da República. E a morte, regozijando-se, exibe seu sorriso descarnado, convicta de que não poderia ter escolhido melhor personagem para ocupar o cargo...


Comments


bottom of page