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Foto do escritorTião Maniqueu

CPI DA COVID XII

A presença de más testemunhas…


Imagem deJL GporPixabay


Esta semana a CPI da Covid-19 recebeu duas más testemunhas: o ex-Secretário da Saúde do estado do Amazonas, Marcellus Campêlo, e o ex-Governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. São más testemunhas porque claramente pessoas de pouca confiabilidade, respondendo por crimes e omissões. Então, necessariamente, recebemos seus depoimentos com muita cautela, com um pé atrás.


Campêlo, que já foi até preso na Operação Sangria da Polícia Federal, mesmo sendo uma testemunha duvidosa, ainda assim complicou mais a situação do ex-Ministro Eduardo Pazuello e, por consequência, do próprio Planalto. Afinal, mais uma vez ficou claro o cronograma da omissão do governo federal na crise de oxigênio em Manaus e suas funestas consequências. Campêlo apontou a data de 7 de janeiro para o primeiro apelo de socorro formulado a Pazuello. Outro dado a contradizer o general-ministro.


Acrescentou, ainda, que a Mayra Pinheiro esteve em Manaus muito por conta da implantação do Tratecov - o aplicativo que depois o governo rejeitou - e da campanha pelo consumo dos medicamentos do kit-Covid. Também aqui, as consequências são sérias para o governo federal.


Witzel, por seu turno, tomou assento como um governador afastado por impeachment por conta de seu envolvimento com escândalos. E compareceu apesar de ter a seu favor um habeas corpus que autorizava seu não comparecimento. Embora, tal como Campêlo, não seja uma testemunha em quem se deva candidamente confiar, mesmo assim seu depoimento causa danos à imagem do governo federal.


Entre as acusações graves que lançou, afirmou que os recursos federais para a rede pública federal de saúde continuaram a chegar no Rio de Janeiro, mas não foram regularmente utilizados. Sugeriu que se quebrasse o sigilo bancário das empresas intermediadoras de hospitais federais para entender os reais culpados de corrupção neste cenário.


Ao final, Witzel argumentou que os governadores foram isolados do governo federal, em ato proposital, cerebrino, cujo objetivo era minar a imagem dos governadores como gestores incompetentes e corruptos. De quebra, levantou o fantasma de Marielle Franco, deixando insinuada a participação do Presidente da República em sua morte.


Quando o bate-boca com os governistas tornou-se insuportável para ele, fez valer o habeas corpus e retirou-se da sessão. Foi, na verdade, o último ato de uma briga de antigos aliados, lacerados pela ambição, divididos por seus projetos pessoais e unidos por um passado pouco airoso. Não restou nada mais ao Presidente da CPI, Omar Aziz, senão encerrar a sessão.


Enquanto tudo isso acontece, Bolsonaro continua andando de motocicleta, produzindo desinformação e fake news e fazendo muitas coisas, exceto governar o país.



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