Todos estão fazendo a mesma pergunta...
Imagem de O Globo.
Eu não sei você, amigo leitor, mas eu fico espantadíssimo com a fragilidade dos organismos internacionais cujo objetivo é supostamente assegurar a paz mundial; fico chocado ao perceber que o equilíbrio de forças que manteve o Planeta Terra relativamente seguro nos últimos 79 anos é uma balança de braços frágeis, uma gangorra onde brincam crianças. Basta um episódio de insanidade coletiva num país poderoso como os EUA para tudo ir abaixo e a humanidade ser novamente defrontada com seus maiores medos.
Donald Trump ( na expressão que ele mesmo adora usar ) está dando as cartas na América. O eleitor americano optou por um narcisista brutal, inescrupuloso e inconsequente. Este Narciso ocupa o posto mais poderoso do planeta, uma posição que historicamente visou manter a paz e a democracia no mundo ( amigo leitor, por favor, leia este último período colocando todas aspas e restrições possíveis ). Era uma pax americanae, mas era paz. O mundo seguia respirando.
Agora o mundo está com a respiração suspensa. Trump já sugeriu que o Canadá será o 51º estado norte-americano; já afirmou que irá tomar conta do Panamá e seu estratégico canal; já mudou o nome do Golfo do México para Golfo da América. Essas sugestões retiram risos constrangidos e condescendentes dos líderes mundiais. Deveriam ser encaradas mais seriamente. Afinal, quando alguém que se equilibra precariamente na ponte da sanidade afirma uma coisa, considere seriamente que ele pode tentar tal coisa, por absurda que seja.
No campo econômico os EUA iniciaram uma guerra de tarifas - supostamente para proteger a economia americana. A reação mundial será devolver na mesma moeda - uma resposta idêntica nas Américas, na Europa e na China. É um mundo globalizado, Mr. Trump. Você claramente causará mais prejuízo à sua própria economia.
Trump sabota todas tentativas sensatas de proteger a ecologia. O aquecimento global pra ele é nada, provavelmente seguro de que não estará vivo quando as coisas realmente se tornarem catastróficas. Sabota igualmente os organismos de cooperação internacional em qualquer área, seja na saúde, seja na educação, seja na proteção de refugiados. Não está nem aí.
Mas o troglodita platinado fez coisas bem piores: sugere transferir toda população palestina de Gaza - que vão para a Jordânia ou Egito! - para reconstruir a Faixa de Gaza para transformá-la em resorts e balneários, a sua Riviera do Oriente Médio. A sugestão implica claramente numa limpeza étnica, genocídio. E soa bem aos ouvidos genocidas de Netaniahu, que se sente emponderado como nunca.
Com a Ucrânia, não fica atrás: Trump simplesmente traiu tudo que os EUA se comprometeram junto à OTAN, à Europa e à própria Ucrânia. A sessão no Salão Oval da Casa Branca, com Trump e Vance pressionando Zelensky a aceitar o acordo proposto pelos EUA ( um ato claro de pirataria visando as terras raras daquele país ), foi visto como algo bizarro, inusitado. Aquilo não é diplomacia. São dois garotos mais velhos praticando bullying com o menino mais novo. O guri mais novo tem fibra, contudo, e diante das câmeras estupefatas do mundo inteiro não se deixou intimidar.
Chamem de teoria da conspiração, se quiserem. Mas o alinhamento de Trump à Rússia é tão fora de qualquer racionalidade que somos forçados a conjeturar... Como Putin consegue manipular Trump à sua vontade? Para manter um cão violento obediente em sua coleira, não bastam algumas recompensas. O cão raivoso precisa temer você, tremer de pavor até a morte. Trump está claramente traindo a América. O homem é um traidor, simples assim. Trai os princípios americanos, trai seus aliados, trai os objetivos dos EUA. Até os republicanos devem estar dando tratos à bola. E o Pentágono. O Attorney General. O serviço secreto. Todos devem estar buscando resposta à mesma pergunta: afinal, o que Putin tem para chantagear Donald Trump para fazê-lo curvar-se abjetamente? Para mim não deve ser apenas a interferência Russa na eleição em que Trump venceu Hillary. Mais provável que seja algo a ver com os documentos ultrassecretos que Trump mantinha em Mar-a-Lago mesmo depois de deixar a Casa Branca.
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