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Foto do escritorManuel Rosa de Almeida

GRANDES POEMAS DA NOSSA LÍNGUA XXIV

A língua portuguesa tem pérolas esquecidas, espalhadas em velhos livros já não lidos. Agora, passamos a homenagear Vinícius de Moraes, um dos poetas brasileiros que melhor falou de amor. Hoje, aquilo que era uma especialidade do poeta: sonetos sobre o amor.





SONETO DO AMOR TOTAL


Amo-te tanto, meu amor… não cante O humano coração com mais verdade… Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade


Amo-te afim, de um calmo amor prestante, E te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente, De um amor sem mistério e sem virtude Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim muito e amiúde, É que um dia em teu corpo de repente Hei de morrer de amar mais do que pude.



Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes ( 1913/1980 ). Cumpriu inúmeros e diversos papéis, de diplomata a poeta, de jornalista a compositor, passando por dramaturgo e cantor. Em parceria com Toquinho, compôs, talvez, os melhores sambas da música brasileira. Em parceira com Tom Jobim compôs uma das músicas mais famosas no mundo: Garota de Ipanema. Na poesia notabilizou-se por seus sonetos. O poema de hoje surgiu em 1951 e faz parte do que se considera a segunda fase da obra de Vinícius, a partir da publicação da obra Novos Poemas.


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