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Foto do escritorHatsuo Fukuda

HAY RICHARLISON, SOY CONTRA

Richarlison deve ser proibido de voar. Hay milagre, soy contra.


Obra de Demeilson Ferreira inspirada no gol de Richarlison na estreia do Brasil.


Uma das grandes vantagens da mudança de governo será o retorno do tradicional esporte ibérico de atirar pedra no governo: hay gobierno, soy contra. O famigerado esporte, como se sabe, havia se transformado em atividade de alto risco, o que arrefecera o ardor dos atletas. Felizmente, os novos tempos possibilitarão o ressurgimento da prática, que, como todo esporte popular, é praticado por profissionais e amadores, em todos os rincões do país, principalmente na Boca Maldita e bares de todos os tipos, desde o mais chic do Batel à birosca mais popular do Boqueirão.

Sabe-se que o COI estudava incluí-lo entre os esportes olímpicos, mas, como é praticado somente na América Latina – herança ibérica -, haveria uma competição desleal para com outros países, ocidentais ou orientais, que não tem a nossa expertise. O COI recuou.


Mas, superando o atraso do COI, essa entidade preconceituosa, surge a esperança de criação de uma entidade alternativa, a Confederação Olímpica Internacional do Brasil – COI do B - visando propagar e realizar torneios olímpicos alternativos entre os praticantes do tradicional esporte de atirar pedras nos governos.

Os adeptos da prática esportiva decidiram que, ao contrário dos esportes hegemônicos, este não terá regras. Nem juiz (Xô Xandão!). Vale tudo. Chute no saco, dedadas, cuspe e xingamento de mãe serão permitidos.



HAY VIADO, SOY CONTRA


Como todo esporte, a evolução é a regra. Vejam o tradicional pingue-pongue, praticado por dez entre dez atletas mirins. Evoluiu para o tênis de mesa, muito mais chic, e virou esporte olímpico, com direito a medalhas e prêmios, além do bem-vindo merchandising de balas jujuba e picolés da Kibon. O esporte bretão, onde um bando de animais se esfalfava atrás de uma bola, matando-se uns aos outros, evoluiu para o football association, com regras cavalheirescas (normalmente não são seguidas, mas tudo bem, faz parte), e levando à criação de uma prática paralela, em que excelem os ingleses (sempre eles, malditos ex-imperialistas), o hooliganismo. O hooligan, como se sabe, é um atleta de escol, que pratica o esporte independente de fronteiras nacionais ou estaduais, levando à lama o nome de seu time ou país. Agora, no Qatar, a prática infame foi adotada pela própria FIFA, que resolveu praticar hooliganismo contra bichas e lésbicas de todo tipo. Como se sabe, futebol é coisa de macho, e viado não tem nada a ver. Ou tem?

One Love para eles.



HAY MILAGRE, SOY CONTRA


A estreia do Brasil na Copa produziu o tradicional fenômeno de unir o país a favor. O verde e amarelo foi resgatado por todos. Richarlison nos fez o favor de fazer dois gols, graças a Vinícus Jr e Neymar (association, rapazes, aprendam). A Lei da Gravidade, como se sabe, vale apenas para os mortais comuns. Deus deu uma permissão especial para alguns protegidos, autorizados a voar, e Richarlison é um deles. Mas os praticantes do hooliganismo do contra não gostaram. Milagre só vale se for a favor deles, e ele foi impiedosamente vaiado em um acampamento montado junto a um quartel do Exército. Dizem que ao fazer o gol, ele teria feito um L com a perna e o braço. Isso de voar é coisa de comunista. Fora! Xô!



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