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Foto do escritorHatsuo Fukuda

JOGO EMPATADO?



Não. Trump ainda é o favorito. Kamala virou o jogo que Biden estava perdendo, mas os números, embora melhores, ainda não garantem a vitória.


Imagem de UOL Notícias.



A semana que passou trouxe como novidade na campanha democrata a entrevista de Kamala Harris à CNN, como parte de um tour eleitoral no Estado da Georgia, aonde ela foi cavocar votos em comunidades rurais e fazer um comício em Savannah. Da parte de Trump, uma cerimônia no Cemitério Nacional de Arlington, onde são enterrados os soldados, provocou – e continua – um fuzuê midiático. Trump está sendo acusado de instrumentalizar os heróis de guerra para sua campanha. As pesquisas mal se moveram durante a semana, e o esperado salto pós-convenção, que se esperava na campanha de Kamala, não aconteceu. A disputa Kamala x Trump está 49% a 46%, no New York Times; 47,1 a 43,7 no site 538; 49 a 45,7 no Silver Bulletin (estes números são de médias de pesquisas). Para os que gostam de apostar, a média nos sites de apostas está empatada em 49,3, segundo o site Real Clear Politics. Aqui, o destaque vai para a Polymarket, que dá Trump ganhando (49 a 47). Mas o mercado de apostas é volátil. No sábado, dia 31 de agosto, Polymarket dava 50 a 49 para Trump.


O esperado salto nas pesquisas pós-convenção democrata não aconteceu. Um analista do site 538 explica: o salto aconteceu antes da Convenção. No dia 21 de julho, quando Biden abandonou a corrida, Trump e Kamala estavam empatados em 44%. Quando a convenção começou, dia 22 de agosto, Kamala estava em 47% contra Trump 44 (números do site 538). No New York Times a medição era 48 a 46 a favor de Trump, quando Biden abandonou a corrida, e se transformou em 49 a 47 a favor de Kamala na véspera da convenção democrata.


Os números das pesquisas nos Estados-pêndulo mostram um quadro semelhante. Kamala inverteu os números e passou à frente ou empatou, dependendo do site agregador de pesquisas, todos na margem de erro, como aliás os números das pesquisas nacionais.


O jogo continua rigorosamente empatado, com um leve favoritismo para Trump, apesar do ímpeto democrata.


Os democratas sabem disso, e as lideranças (inclusive Kamala) tem advertido a multidão, avisando que eles são os azarões do páreo. A história mostra isso. Nesta mesma época, em agosto de 2020, Biden ganhava por 6,3%, e Hillary, em 2016, por 4,6% contra Trump. Hillary tinha 4 pontos de vantagem sobre Trump na véspera das eleições, levando o tradicional jornalão democrata New York Times anunciar que ela tinha 84% de chances de vencer. O site 538 dava 27% de chances para Trump vencer. Todos deram com os burros n’água. Talvez por isso o leve favoritismo de Trump entre os apostadores de Polymarket.


A pergunta de um bilhão de dólares é como dar previsibilidade às pesquisas eleitorais e sobre isso se debruçam todos os analistas, criando modelos que se ajustem à realidade sempre mutável dos eleitores. Não vão conseguir, pois uma das razões do fracasso das pesquisas é a recusa de parte do eleitorado de Trump em responder aos pesquisadores. Estes eleitores acreditam que a eleição de 2020 foi fraudada. Se eles não acreditam no sistema eleitoral, por que responderiam a pesquisas que consideram enviesadas?


Faltam nove semanas, 63 dias para a eleição. Acompanhe aqui, toda terça-feira.



Michael Tomasky, o editor da revista The New Republic, publicou um artigo comparando Trump a um programa de televisão. Se fosse uma série, The Trump Show estaria na 9.ª temporada. O personagem está desgastado, os espectadores estão cansados das mesmas piadas e gags, as histórias que eram imperdíveis e soavam como novidades em 2016 hoje não atraem mais ninguém. Trump, o personagem, vê seus comícios esvaziados, seus índices caindo (26 milhões de espectadores para seu discurso na Convenção Republicana; 29 milhões assistiram Kamala). Eu, da minha parte, tenho assistido seus discursos e me espanto com sua baixa energia, o raciocínio aleatório e muitas vezes incoerente. Ele está com o mesmo problema de Joe Biden.

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