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Foto do escritorTião Maniqueu

O QUE HÁ POR TRÁS DA FIXAÇÃO DE BOLSONARO EM ARMAS?

Editando um novo decreto, em que facilita a aquisição de armas e dificulta o rastreamento, Bolsonaro enfatiza a sua face mais sombria.




Algumas respostas são evidentes, outras ocultas; algumas razões são simples, outras aterrorizantes. Afinal, o que conduz o Presidente da República nessa verdadeira cruzada pelo absoluto descontrole e liberação de armas e munição no Brasil?


Desde que assumiu, Bolsonaro cumpre uma verdadeira agenda rumo à liberação total de armamentos. Pior: rumo ao absoluto descontrole e falta de fiscalização sobre armamentos e munições. Bolsonaro autoriza um cidadão comum a ter 6 armas, um colecionador 60; libera armamentos que antes eram de uso exclusivo das forças armadas; a aquisição de munição atingiu números jamais vistos e o rastreamento de armas e munições está cada vez mais precarizado.


Afinal, porque ele faz isso? Alguns psicanalistas já relacionaram esta fixação em armas a uma baixa autoestima, uma necessidade de afirmação da masculinidade, algo que se confirma em seu comportamento fanfarrão, cheio de bravatas e ameaças. Mas é claro que não é só isso. A resposta óbvia é: está cumprindo com as promessas de campanha, agradando seu eleitorado mais fiel. A resposta oculta é: atende ao interesse do crime organizado, das milícias.

É preciso responder a quem interessa impossibilitar as autoridades policiais de rastrear armas e munições. Ao cidadão de bem é que não é. Interessa ao crime, aos milicianos, com quem Bolsonaro se relaciona intimamente desde sempre. Pense um pouco… Mesmo que você seja um defensor da liberação de armas, que você se sinta mais seguro portando um revólver 38… responda sinceramente: você precisa de mais de um revólver? Você precisa de mais de, digamos, 100 balas? E mesmo que precisasse, sendo um cidadão honesto que apenas está preocupado com a segurança de sua família, você se importaria de que sua munição fosse rastreada? Claro que não. O sucateamento do sistema de fiscalização de armas e munições apenas interessa ao crime organizado.


Estas são as respostas simples. Vamos agora às aterrorizantes… Quando você autoriza algumas pessoas a adquirirem 60 armas ( colecionadores ) ou 30 armas ( caçadores esportivos ), na prática está possibilitando a formação de milícias civis ideológicas. Com 60 armas você forma um batalhão bem armado que, somado a outros batalhões bem armados, pode se tornar em ameaça real à democracia.


Parece exagero? É preciso lembrar que Bolsonaro já fez vários ensaios contra a jovem democracia brasileira, da defesa da ditatura às manifestações antidemocráticas, do ataque às instituições constituídas às agressões contra a imprensa livre. Bolsonaro vem semeando a ideia de que nosso sistema eleitoral não é confiável, de que podem haver fraudes. Planta a dúvida, a discórdia. Segue à risca a cartilha de Donald Trump, cuja cantilena culminou com o ataque ao Capitólio. Ante a possibilidade real de que ele perca a reeleição em 2022 ( já que é de longe, o pior governo que este país já viu ) o que acontecerá se, macaqueando Trump, ele não reconhecer o resultado das urnas?


Considerando que nossa democracia não tem o vigor da democracia norte-americana, o que pode acontecer se os 20% de fanáticos que o seguem saírem às ruas armados e dispostos a tudo? A linha dos fatos aponta para um panorama óbvio de violência e quebra da normalidade institucional. Será que todos estão cegos? Vamos permitir que o clã Bolsonaro continue desenvolvendo seu plano de tomar o poder enquanto cruzamos os braços?


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