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Foto do escritorHatsuo Fukuda

OPPENHEIMERS E BARBIES


A velha magia retorna em Hollywood, da forma mais improvável.


Imagem promocional.

Quando tudo parece perdido, a velha magia retorna. Hollywood, que já foi a meca do cinema mundial, teria passado o bastão para Seul, ou Madri, ou para os países nórdicos, onde, ao que parece, os roteiristas, diretores e produtores estão focados no cinema, ao contrário do besteirol hollywoodiano atual, em que se preocupam com tudo, menos cinema. Mas a natureza (e a necessidade) falam mais alto, e periodicamente alguns dos produtores-diretores-roteiristas de Hollywood conseguem furar o bloqueio dos ignorantes e apresentar bons produtos que agradem à platéia. Os últimos blockbusters foram de arrasar o quarteirão. Tom Cruise, no último Missão Impossível (e antes com Top Gun), faz a platéia literalmente voar. Embasbacados, retornamos à infância e torcemos para o mocinho. E na velha tradição folhetinesca, a história continua. Aguardem o próximo capítulo.


Em Oppenheimer, mais uma vez, o velho truque é apresentado. Os coelhos saem da cartola, transformam-se em buquês de flores, ou explosões atômicas, e todos saímos das salas em estado de embriaguez, pedindo mais. Christopher Nolan, escritor e diretor, apresenta um Oppenheimer cinematográfico, na melhor tradição hollywoodiana. São três filmes em um, apresentados em uma edição que faz velozes e furiosos parecerem lentos e patéticos, em uma trilha sonora ensurdecedora, e que não permite à platéia respirar. Atores maravilhosos como Cillian Murphy, Emily Blunt, Matt Damon, Robert Downey Jr (alerta de spoiler para os jovens: o Homem de Ferro é um ator de verdade) e a grande, maravilhosa, sensual, feroz, patética, deprimida, gostosa, irresistível, extraordinária Florence Pugh. Você que é um ateu empedernido, saiba que Florence Pugh é a prova viva que Deus existe, e é bom.


Se você não assistiu todos os filmes e séries de Florence Pugh, considere-se excluído definitivamente (banido) do Clube das Ratazanas do Cinema.



Imagem promocional.


O mágico Christopher Nolan fez da vida de um físico e especialista em mecânica quântica – um homem que deve ter tido uma das vidas mais chatas do universo – um filme de ação.


Adolescentes em penca, com celulares à mão, na sala de cinema, na sexta à noite. Para assistir Oppenheimer? Só por este feito Nolan deveria ser canonizado em Hollywood.


Incidentalmente – não tem nada a ver com o filme – lembro que a caça às bruxas macartista mostrada no filme teve, em paralelo, um último expurgo promovido por Stalin, na União Soviética. Os grandes impérios se espelhavam um no outro. A burocracia policial de um rivalizava com a do outro, com métodos semelhantes.


Resumo da ópera: um filmaço, imperdível.



E a Barbie? Ainda não fui – estou aguardando minhas roupas cor de rosa – irei de Ken ou de Barbie? Na dúvida, encomendei ambas na Shein. Vou mandar uma foto para Margot Robbie. Quem sabe ela se interesse. Greta Gerwig, a diretora, vale uma missa. Aliás, Florence Pugh é uma das Little Women, dela. Fica para a próxima.

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