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Foto do escritorTião Maniqueu

OS MELHORES NA CORDA BAMBA

É singular que os ministros com melhor desempenho sejam os que estão vendo seus cargos em risco.



Após 15 meses de governo Bolsonaro a avaliação que se faz do desempenho dos seus principais Ministros não é nada boa. Abaixo fazemos um resumo do que foi a atuação nas principais pastas e a nota que atribuímos ao seu titular.


  • Weintraub - Nota zero - Antes de ser Ministro, Abraham Weintraub sempre foi um professor universitário sem maior brilho e sem nenhum conhecimento de gestão da educação pública. Sua indicação se deve às suas ligações com a ala ideológica, o que não o recomenda para Ministro da Educação, já que se trata de um grupo meio avesso à ciência. Em sua curta gestão, viu diminuídos os recursos para a educação pública e golpeados duramente os programas de pós-graduação. Para piorar, o Ministro se julga engraçado e, em consequência desta distorcida visão de si mesmo, tem o péssimo hábito de postar gracinhas nas redes sociais, gerando inúmeros problemas e arranhando a imagem de uma autoridade que deveria estar mais próxima ao austero do que do pateta. Em sua derradeira iniciativa ofendeu gravemente o governo chinês, além de novamente revelar uma faceta racista.


  • Ricardo Salles - Nota zero - É difícil defender um Ministro do Meio Ambiente que não defende o verde. Ricardo Salles tem histórico de agressões ao meio ambiente ( responde por processos ambientais ) e persegue servidores que cumprem suas obrigações ( como no caso do profissional que havia multado o Presidente Bolsonaro por pesca ilegal ). Todas suas medidas vem sendo no sentido de relativizar a proteção ao meio ambiente, ser mais flexível e tolerante com abusos. Em sua gestão o Brasil deixou de sediar a COP-25, o que demonstra seu descompromisso com a ecologia a nível de planeta. Pra terminar, chegou mesmo a relativizar as queimadas na Amazônia.


  • Ernesto Araújo - Nota zero - Ernesto Araújo chegou ao poder com o discurso de romper com a diplomacia ideológica do PT. De fato, rompeu, mas para assumir postura ideológica em sentido contrário. Desde o início a diplomacia brasileira envolveu-se em muitas trapalhadas, criando problemas desnecessários ao país. China, França, Alemanha, Noruega, Irã entre outros, são exemplos de incidentes diplomáticos a partir de situações as mais tolas possíveis. A diplomacia brasileira vive de pedir desculpas. Ao invés de assumir a postura de um chanceler, Ernesto Araújo comporta-se subservientemente às tolices da ala ideológica do governo, fazendo eco ao péssimo comportamento dos filhos do Presidente.


  • Tereza Cristina Nota quatro - Não é defeito o fato da Ministra ser ligada à ala ruralista, desde que não descuide da agricultura familiar. Entretanto, um excessivo favorecimento à indústria dos agrotóxicos merece censuras dos especialistas - houve um recorde de liberações de venenos antes proibidos. Em verdade, Tereza Cristina equilibra-se numa posição oscilante, por vezes defendendo a agricultura nacional das bobagens feitas em Brasília - e que prejudicam nossas exportações - e por vezes curvando-se às posturas mais obscuras do governo.


  • Sérgio Moro - Nota cinco - O maior problema do Ministro da Justiça é o pecado original: ter passado da magistratura ao ministério sem uma necessária e longa quarentena, sobretudo diante do seu histórico na lava-jato e as implicações com o governo Lula. Pecado original à parte, Moro tenta fazer um bom trabalho, em especial no enfrentamento ao crime organizado. Nestas tentativas, contudo, não se incomoa em ferir alguns direitos e garantias constitucionais do cidadão. E para piorar, é condescendente com as falhas do Presidente e seus familiares, a quem a Polícia Federal deveria investigar e não investiga.


  • Paulo Guedes - Nota sete - Desconsiderando algumas declarações desastradas, o Ministro da Fazenda vem fazendo bom trabalho, sobretudo mirando o equilíbrio das contas públicas. Aprovou a Reforma da Previdência, a despeito da falta de apoio do Planalto, e está conseguindo a estabilização da inflação em patamares controlados. Contudo, a economia não decola. Agora, com a crise gerada pela pandemia do coronavírus, seus desafios aumentam.


  • Luiz Henrique Mandetta - Nota oito - O Ministro da Saúde vem conseguindo algo que muitos países mais desenvolvidos não conseguiram: achatar a curva da pandemia em nosso país. Para quem acha pouco, basta analisar as consequências da falência do sistema em países como Itália, Espanha, França e Estados Unidos. Mandetta e sua equipe vem mantendo o país administrável em termos de saúde pública, ainda que sistematicamente sabotados pelo Presidente e por membros da ala ideológica do governo.


Impressionante neste resumo dos ministérios mais relevantes é que quanto maior a nota, maior o risco que o titular corre de perder o cargo. Afinal, o que isso significa? Provavelmente, que Bolsonaro é personalista ao ponto de exigir holofotes somente para sua figura. Talvez seduzido pela ideia de que ele é realmente um mito - ideia somente partilhada por descerebrados fanáticos - Bolsonaro não suporte o êxito de membros de sua equipe, se este êxito puder eclipsar sua própria figura.




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