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PALAVRA E CRÉDITO

O mundo mudou, mas não tanto…


Há duas coisas que a pessoa não pode perder de jeito algum: a palavra e o crédito. O ser humano pode ficar com a reputação comportamental abalada, pode perder a fama, a beleza, o emprego, a fortuna… Mas não pode prescindir do crédito e da palavra. Com ambos é possível enfrentar qualquer posição adversa, desde que munido de alguma determinação.


Como todos bens preciosos é preciso cuidar deles com extremo zelo, preservá-los. Não se pode usar a palavra de maneira leviana, tampouco se deve abusar do crédito. Usados prudentemente, em ocasiões necessárias, palavra e crédito mostrarão seu valor.


Houve um tempo em que a palavra de um homem bastava. Tempos de honra e bigodes fartos. Depois, o papel substituiu a palavra, tudo preto no branco. Hoje em dia as assinaturas são virtuais. Não importa: é a palavra empenhada. Um homem de palavra é sempre respeitado, seja nos negócios, nas amizades ou nas relações familiares. Se disser que fará alguma coisa e empenhar sua palavra, ele fará. É confiável. E confiança não tem preço.


O crédito nada mais é que o valor da palavra no mundo financeiro. Se alguém toma crédito está implicitamente empenhando sua palavra de que irá honrar a dívida. Se não o fizer pontualmente, se for vezeiro em não pagar sua dívida, então sua palavra não valerá nada e ele não terá mais crédito. Não ter crédito é o fundo do poço.


Hoje existem empresas especializadas em avaliar o crédito de qualquer cidadão. Por meio de extensos bancos de dados, algoritmos, velocidade de informação e um corpo profissional respeitável, estas empresas podem dizer se um homem merece ou não crédito. Mais que isso: estabelecerão o ranking de confiabilidade deste cidadão. Assim um homem com cotação 100 possui crédito praticamente ilimitado; um homem de 50 possui crédito, mas a um preço mais alto - é o custo do risco. Um homem de menos de 10 não conseguirá crédito nem do mais sórdido agiota.


Mas isso é o mundo financeiro, todo ele projeções e pragmatismo. A palavra de um homem, nos outros campos, ainda é avaliada como antigamente. Pela palavra de outros em depoimentos: fulano está sempre atrasado… beltrano jurou que faria mas não fez… não acredite no que sicrano fala… ele é um mentiroso. Frequentemente a palavra de um homem pode ser vilipendiada por difamações ou falsos depoimentos. Sobretudo no mundo das redes sociais. Um toque leviano no computador e a informação se multiplica, conduzida em braços de polvo cheios de ventosas invejosas e fofoqueiras. É um risco, sem dúvida.


O homem de palavra, porém, não precisa se preocupar com isso. Deve perseverar na lição dos antepassados, honrar o fio do bigode. A confiança é produto atestado pelas pessoas que realmente o conhecem, um ISO muito mais poderoso que não é possível comprar. E se ventos difamatórios soprarem, baterão inutilmente no paredão das pessoas que o conhecem. Impossível… há de reverberar. É um homem de palavra!


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