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Foto do escritorSorin Markov

PEQUENOS PASSOS TAMBÉM CONTAM

Na agenda antirracista, todo esforço é importante.

Imagem de Pexels por Pixabay


O racismo é uma das coisas que mais depõe contra a humanidade. Ele expõe nossa maldade, pequenez e falta de empatia, ao mesmo tempo em que evidencia nossa desunião, ignorância e burrice.

Falta de empatia, pois não se importa com o sofrimento psicoemocional de outrem.


Maldade, quando é feito intencionalmente, ou seja, com o único objetivo de causar sofrimento e humilhação, sem qualquer benefício para o agente.


Desunião, pois fomenta a segregação racial, que só traz/trouxe prejuízo à humanidade.


Ignorância, pela falta de cultura e conhecimento sobre nossa origem. Todos descendemos de negros. A própria existência da humanidade se deve à superação dos primeiros humanos que habitaram nosso planeta e sobreviveram em condições extremamente adversas. Diferentes etnias e fenótipos só existem graças ao ímpeto e à coragem dos negros de migrar e povoar todo o globo.


Burrice, em insistir em uma ideia de superioridade sem fundamento algum. Pelo contrário, se é que existe alguma mínima diferença, é em favor dos negros. A capacidade cognitiva de brancos e negros é rigorosamente a mesma, mas, fisicamente falando, há estudos que afirmam que os negros são levemente mais fortes e saudáveis do que os brancos.


Vivemos um momento importante na história, de grande comoção mundial antirracista: manifestações populares, esportivas, movimentos como o “Black Lives Matter”, etc. Mas as pequenas atitudes também contam. Muitas vezes, a proximidade da atitude surte mais efeito do que a magnitude. Ou seja, pequenas atitudes executadas ao seu redor funcionam mais do que grandes acontecimentos em outros continentes.


Recentemente, vereadores negros de Porto Alegre recusaram-se a levantar para ouvir o hino do Rio Grande do Sul, alegando que o mesmo contém um verso racista. E de fato tem. Eis o verso:


Mas não basta, pra ser livre, ser forte, aguerrido e bravo.

Povo que não tem virtude acaba por ser escravo.


A alteração deste verso do hino rio-grandense seria um exemplo da pequena atitude que pode ajudar. Provavelmente, muitos gaúchos pouco sabem sobre as grandes manifestações antirracistas que pipocaram recentemente mundo afora. Menos ainda refletem sobre isso. Mas uma alteração na letra do hino do Rio Grande do Sul não passaria batido por nenhum gaúcho. Seria uma boa oportunidade de tocar no assunto, atingindo um estado inteiro.


Recentemente, também, concretizou-se a alteração do hino australiano, em reconhecimento aos aborígenes. Onde se lia “somos jovens e livres”, agora lê-se “somos unidos e livres”. Uma medida extremamente simples. Apenas uma palavra foi substituída. Mas a diferença é enorme.


Logicamente, não são apenas essas atitudes que importam. Elas mais servem para manter o foco e a consciência de que algo está errado, abrindo oportunidades de debate. Governos, líderes e a população como um todo precisam tomar providências sérias para erradicarmos o racismo, mas os pequenos passos também contam.

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