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Foto do escritorTião Maniqueu

QUAL É A PRIORIDADE?

Bolsonaro demonstra que prestigia gastos militares em detrimento do enfrentamento à pandemia…


Imagem de Gerd Altmann por Pixabay



Amigo leitor, por favor responda: estamos em guerra? Estamos em vias de entrar em conflito bélico com algum país do mundo? Estamos em situação de guerra civil? Enfrentamos uma revolução? A resposta é não. A guerra que travamos atualmente é contra o inimigo comum ao mundo inteiro, o coronavírus. Uma guerra que em nosso país já levou à morte quase 200 mil brasileiros. Guerra de vida ou morte. Guerra que devora vidas e a economia nacional.


Ainda assim, Bolsonaro deu uma demonstração clara de que pensa diferente, ao apreciar o texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e as emendas feitas pelo Congresso. É a LDO que define as metas do governo para 2021 e estabelece suas prioridades. O Presidente vetou dispositivo da LDO que impedia a limitação de gastos da União com a produção, aquisição e disponibilização à população de vacinas contra a COVID-19. Ou seja, ele cogita da possibilidade de limitar gastos no combate à pandemia.


Por outro lado, ele manteve a proibição da limitação de gastos em programas militares, como o Sistema de Defesa Astros 2020 que inclui, entre outras despesas, a aquisição do blindado Guarani pelo nosso glorioso exército. Isto significa que para Bolsonaro o blindado Guarani é, no momento, mais importante que a aquisição de vacinas.


Estamos, militarmente falando, em tempos de paz. No caso do Brasil, estamos em paz desde 1945, ano do encerramento da II Guerra Mundial, quando nossas forças armadas enfrentaram com heroísmo as forças do eixo. Por outro lado, a pandemia é uma realidade gritante, apavorante, aniquilante. E, além disso, a pandemia está destruindo nossa economia. Portanto, a pandemia é a guerra real, atual.


Sabemos que o Presidente é obtuso na definição de prioridades, mas vamos convir, este veto é demais. É vergonhoso e antipatriótico. E é estúpido. Creio que mesmo os militares compreendem a necessidade de atrasar o processo do sistema de defesa em desenvolvimento, pelo bom objetivo de vacinar massivamente a população, poupar vidas e debelar, definitivamente, a pandemia.


Uma vez resolvido o problema mais grave deste século, podemos retomar as questionáveis prioridades de Bolsonaro que, por incrível que pareça, ainda não entendeu que estão morrendo quase mil pessoas por dia no Brasil. Felizmente, existe a possibilidade real de que o Congresso derrube estes vetos do Presidente. Seria uma grata demonstração de independência do nosso parlamento, bem como a demonstração de que ainda há pessoas pensando no que é melhor para o Brasil.


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