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Foto do escritorManuel Rosa de Almeida

SAPIENS

Recomendação de leitura


Uma visão original da história.


Imagem promocional.


Pouco importa se você gosta ou não de história. O que importa é se você gosta de pensar. O livro que recomendamos hoje deve ser lido, goste ou não de história. Mas deve ser lido por mentes não preguiçosas, dispostas a encarar um novo enfoque da história da humanidade. Sapiens é uma obra tão original e importante justamente porque o autor entende o processo histórico e as forças que o modelam. Fatos históricos não são assim tão importantes. São consequência de movimentos e forças que atuam sobre o mundo.


Yuval Noah Harari é um historiador israelense graduado em Oxford que propõe como motor de todo processo histórico a verificação de quatro revoluções - nenhuma delas forjada com armas e sangue. Ele refere-se à revolução cognitiva, à revolução agrícola, à revolução científica e à revolução industrial.


A revolução cognitiva foi um processo que atingiu determinado ramo do gênero homo, no caso nós, os sapiens. Pela revolução cognitiva - um processo difícil de explicar mas provado por evidências arqueológicas e que se iniciou há aproximadamente 70 mil anos atrás - os sapiens passaram a ser capazes de pensamentos ficcionais. Ideias como comunidade e religião, passaram a ser possíveis. Isso não é pouco, em absoluto, pois possibilitou a formação de um senso de coletividade e colocou os sapiens em grande vantagem sobre as demais espécies do gênero homo, tais como os neanderthais e dos floresiensis que foram extintos nos milênios que se seguiram.


A revolução agrícola é bem mais conhecida e estudada. Ocorreu por volta do ano 10 mil AC e implicou no domínio da agricultura a partir do desenvolvimento do plantio de determinados grãos - a domesticação do trigo e do arroz, por exemplo. Também surgiu a pecuária pela domesticação de cabras, ovelhas e bovinos. Este processo implicou numa vida mais sedentária e na formação das primeiras cidades e, por consequência, todos os processos afetos a uma vida comum de milhares de indivíduos. Estado, exército, representação, comércio, tudo se inicia a partir daí.


A revolução científica se deu a partir do renascimento científico e cultural na europa - fins do Século XV - com o homem finalmente admitindo sua própria ignorância e procurando respostas. As grandes navegações redesenham os mapas mundiais e incluem todo um novo mundo na história do planeta: América.


Finalmente a revolução industrial, verificada no século XIX, implicou num salto de tecnologia e possibilidades, bem como nos conflitos de classe e na afirmação do capital. Capital e religião, forças poderosas que sempre estiveram presentes desde a revolução agrícola, acentuaram sua força, tornando-se importantíssimos e, por vezes determinantes.


Harari trata disso tudo - os parágrafos acima são apenas um resumo pobre e talvez pouco preciso - com um texto agradável onde suas ideias fluem com clareza. Acentua que em determinado momento histórico a humanidade poderia seguir por diferentes caminhos e que, por vezes, foi o acaso que determinou a senda trilhada. Mas as implicações das quatro revoluções sempre estiveram presentes, assim como a força do capital e da religião, conduzindo, de certo modo, nossos caminhos.


Ao final, o autor especula sobre o futuro da nossa espécie. São apenas especulações, como ele mesmo enfatiza, algumas otimistas, outras francamente apavorantes. Que caminho a humanidade seguirá?




Sapiens - Yuval Noah Harari o - Companhia das Letras, 2020 - 1ª Edição, 471 páginas.

Recomendação - Talvez o livro mais lido e influente dos últimos três anos. Leitura obrigatória.



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